quinta-feira, 9 de julho de 2009

CARTA DE ANTÓNIO DE NORONHA DE OLIVEIRA MARTINS

Só tem que pagar o funeral...

Hoje é preciso muita Coragem para dizer a VERDADE !

Nostalgias.

Notas soltas, a propósito de um funeral particular.

António de Oliveira Martins

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Recordo há cerca de um ano, o funeral de uma Tia minha.

E umas palavras que escrevi no meu blogue a título de reflexão.

Nos funerais, a caminho da casa final daqueles que nos deixaram, pensa-se muito.

Em muita coisa.

E observam-se pessoas.

E atitudes.

E filosofa-se um pouco, como dizia Eça, creio que no Fradique Mendes, “fumando um pensativo cigarro”...

Senhora de muito valor, educou com seu marido, Primo direito de meu Pai, três filhos, sabendo conduzi-los nos valores do trabalho e das acções cívicas.

Infelizmente um deles, é hoje figura pública deste reinado podre socialista.

Enganou-se, enganaram-no, ou viu que lhe convinha financeiramente a galopante carreira política de “Independente” Socialista? ...

Mas adiante.

Admirava essa minha Tia.

Tinha 82 anos.

Descansa agora no simultâneamente bonito e triste Cemitério dos Prazeres.

A minha família está quase toda lá.

Aquele cemitério, apesar de me criar nostalgia por aqueles que perdi ao longo da vida, faz-me lembrar, em muitos casos, bonitos períodos da minha vida.

E encontro-me com as raízes da minha família.

Histórias da família, histórias de Portugal.

Nostalgias de um País passado...

Olho de relance para meus Pais, para meus Tios, e dou comigo a pensar que estou, quase sem dar por isso, à porta dos 50 anos.

Toca-me a mim agora desempenhar o papel que antes era deles, de meus Pais, de meus Tios, que pouco a pouco a Lei da vida vai levando para o Céu.

Contam-se sempre histórias, nos funerais.

Relembra-se o passado.

Na Basílica da Estrela, enquanto se celebra a Missa de corpo presente, pergunta-me com um tom traquina de miúdo um Tio, que já passou há bastante os 80 anos:

-"Já foste lá acima ao Zimbório?" respondi-lhe que não.

Que nunca lá tinha ido.

Ao que ele retorquiu:

"Fui lá acima com a minha Mãe! É lindo!"

Por momentos, vi-o com o ar de um miúdo na traquinice da infância.

A sua Mãe, era uma das Irmãs mais velhas de meu Avô.

A Tia D. Maria Carolina.

Ele, estava "apenas" a recordar-se da Mãe...

Com ele, recordei um passado que me interpela constantemente.

Apenas recordando a minha boa tia D. Maria Carolina...

Fruto das ocupações e relações de uns e de outros, e das relações que infelizmente esse tal meu Primo “Independente” mas Socialista, ía no cortejo, entre muitas outras "figuras gradas" de hoje, com ar de quem cada vez está melhor e sem remorsos, a pedante Senhora Maria [de Jesus] Barroso [Soares].

Eu já a tinha visto.

E estava indisposto com a sua presença.

Pergunta-me uma Senhora conhecida, mãe de um Amigo:

- "Quer que lhe apresente a Dra. Maria de Jesus?"

Tive que ser directo na resposta:

- "Minha Senhora, já me chega vê-la aqui! Conhecê-la pessoalmente, aumentaria a urticária que começou assim que a vi passear-se com o seu ar cínico por aqui, e pela Igreja!".

Penso agora que se calhar fui desagradável, raiando o grosseiro.

Mas há coisas que não faço!

Pró Dignitate.

Eu tenho dignidade.

A tal Dra. Maria de Jesus, é presidente de uma Fundação com esse nome, que diz pretender ajudar os povos da nossa "descolonizada" África, promovida à miséria de uma forma irresponsável entre outros, por seu marido.

Remorsos?

Creio que não.

Não sei se a tal fundação é mais que um grupinho de senhoras que joga à canasta, enquanto recebe subsídios do Estado.

Chega ao cemitério num "fascizante" BMW com motorista.

Pago certamente por todos nós.

Eu tive que arrumar o carro em cima de um passeio, quase certo de que apanharia uma multa, ou de que mo bloqueariam.

Não pertenço à “Fundação Pro Dignitate”, não sou figura de Estado (graças a Deus), não gosto deste Regime.

Castigo: vou a pé, porque serei, segundo os novos ricos que todos os dias nos roubam, dos que defendem os interesses dos ricos.

Certamente que não os deles, para além de pagar os meus Imorais Impostos.

Sou um perigoso "Fascista"!

Pobre de mim, que me chamam de Fascista apenas porque Amo a minha Pátria.

Não sou, nem fui, nem serei Fascista; sou apenas um Português que aprendeu a amar a sua Pátria, no seu todo pluri-racial, e pluri-continental, e que admira Salazar, e que vê o Salazarismo com uma perspectiva de futuro; de redenção.

Não sabem o que é ser Português, estes "portugueses" da Europa dos Euros!

Para mim, desde que tenho consciência, Maria Barroso é e continua a ser uma [ex]-"actriz", casada (pelo civil) com um turbulento Advogado fraco, chamado Mário Soares.

Sim aquele que foi Comunista, e que até a confiança de Norton de Matos traíu.

Aquele que era amigo dos então Terroristas de África!

Aquele a quem as notas de mil caíam e caem do céu, sem saber o que significa a palavra TRABALHAR.

Exílios de ouro, prisões simbólicas, erros de um menino bem, cheio de dinheiro, que nunca precisou de trabalhar à séria.

Hoje, é a consciência da Democracia à Portuguesa, está cada vez mais Burguês, ostensivamente rico, enquanto este Povo e os irmãos de África dirigidos pelos ex(?)-terroristas passam fome...

Está velho, não morre, e nunca mais se cala.

Já morreu entretanto tanta gente boa...

E viva Abril, e viva a "Revolução dos Cravas".

Perdão, dos Cravos.

Vivi até agora 48 anos, tantos quantos o Estado Novo, e sinto que não dei por isso.

Porque não vivi propriamente; deixei-me empurrar pelo "Povo Unido"...

As poucas recordações boas da minha Pátria, são as de antes de eu fazer 14 anos.

Antes daquele Abril que nos perdeu.

Depois, aprendi a ouvir a palavra CRISE.

Em nome de duas outras que não vejo: Liberdade e bem-estar.

Sinto que enganaram as pessoas.

Melhor, estou certo disso.

Vejo por aí muitos carros de luxo, muitos "snobs da Picheleira", sem ofensa para aqueles que vivem dignamente na Picheleira, enquanto o Povo em muitas situações passa fome.

E morre, por não ter assistência médica.

E não tem acesso à Justiça.

Nem consegue uma escola com professores competentes...

Fez-se uma Revolução "Democrática", tendencial e tendenciosamente "Socialista", e instaurou-se em Portugal uma espécie de pobreza Soviética.

As cabecinhas brilhantes que pertencem à "Nomenklatura", os estrangeirados, vivem cada vez melhor.

O Povo, esse, paga Impostos, paga medicamentos caríssimos, e para não morrer, tem que empenhar o fiozito de ouro que lhe resta para pagar uma consulta médica...

Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, prometeram estes malandros.

E a saúde está cada vez mais longe do Povo, da classe média, que é obrigada a pagar Taxas e Impostos para eles comprarem seus grandes carros.

Os filhos de Abril.

E o pouco dinheiro que aparece, não sai "lá de cima".

A não ser para casa de alguns...

Viva o Isaltino de Morais, viva o Jorge Coelho, viva o Armando Vara, viva o José de Sousa, viva a Fátima Felgueiras, viva o Valentim Loureiro, viva o Dias Loureiro!.

Portugueses Ilustres, espelho de cultura de sacrifício e de incompreensão.

Barões de uma República amortalhada na sua própria bandeira.

Laicos e Republicanos.

Quase todos, senão todos, Maçons.

E todos bons rapazes, que se não tivesse sido Abril, não tinham onde cair mortos.

O Sr. Jorge Coelho, cabecinha pensante e ao que dizem "captador de recursos" para o Partido Socialista (e não só, diz um amigo meu de má lingua), teve um Cancro.

Correu a pedir ajuda aos camaradas poderosos, para que lhe arranjassem uma "cunha" numa clínica Francesa.

O Senhor não podia morrer, tanta falta fazia à ilustre democracia Portuguesa!

Mas parece que não confiava no Serviço Nacional de Saúde...

Telefonam ao então PR Francês, fez-se tudo para que essa figurinha tivesse tratamento de Rei, ninguém sabe quem pagou.

Ao mesmo tempo, alguém que não tem a sua importância, descobria que tinha um Cancro.

E não era da Maçonaria, nem era vigarista, não tinha cunha nenhuma.

Apenas pagava Impostos.

E muitos.

Foi ao Hospital Público, desses que são tendencialmente gratuitos, de acordo com os pressupostos Socialistas do SNS do Maçon António Arnaut.

Recebeu autorização para ir a uma Consulta, no dia da sua Missa de 7º dia...

Serviço de Saúde tendencialmente gratuito para o Povo...

Só tem que pagar o funeral.

E a Servilusa, cobra-se cara!

O que relato acima, passou-se efectivamente, e movimentou "altas" figuras do PS e do PPD.

São todos fruta do mesmo cabaz...

Deus os cria, e eles se juntam.

Os vigaristas de Abril prometeram tudo.

E levaram tudo.

Para eles.

Sanguessugas.

Lembro-me que a par de muitos Museus e "Obras do Regime" que meu Avô me levou a visitar ao abrigo do meu "plano de formação", conheci o local onde antes tinha sido a Sopa dos Pobres.

Com o Regime do Dr. Salazar, tinha fechado, já não era necessária.

O outro dia, passei por lá, sim, pela Sopa dos Pobres na Avenida Almirante Reis.

E vi montes de pessoas à porta da Sopa dos Pobres...

E nem todos tinham ar de "malandros".

Muitos baixavam a cabeça, com vergonha ou com tristeza de ali terem que estar...

Não se tratava certamente de Republicanos, Laicos e Socialistas.

Eram simplesmente gente honrada, a quem Abril cortou oportunidades.

E os "Salvadores de Abril", cada vez mais gordos e mais ricos, de cabeça erguida.

Portugal morreu.

Dizem-me que os militares deixaram de existir.

Que só temos mercenários, agora que o serviço militar é facultativo.

Não há por aí um Militar de prestígio honrado, e com a força necessária para resgatar Portugal?

Sinto-me enganado, apesar de nunca ter acreditado!

Nostalgia de uma vida que pouco consegui viver mas que tanto me marcou, nostalgia de Salazar, que ainda conheci, teria eu 5 ou 6 anos, num 10 de Junho, na habitual Cerimónia de Condecoração dos Heróis de África.

Estava eu com meu Avô foi no dia em que cantei em sentido o Hino Nacional, perto do Dr. Salazar.

Sabia e sei o Hino Nacional.

Apenas penso que está desenquadrado do Portugal de hoje.

Heróis?

Que Heróis?

E ainda por cima do Mar?

Esta gente não sabe nadar, apenas flutua nas vísceras da Pátria.

Nostalgias...

Dizem que sou um saudosista...

Por vezes dou comigo a pensar que os últimos 35 anos não foram mais que um duro pesadelo, e que em breve acordo, e vejo de novo Portugal com Justiça Social, com orgulho de si mesmo.

Acabo de ver um livro de 1966 sobre a construção da Ponte Salazar.

Paga integralmente com o dinheiro do Estado.

A tempo e horas.

Prazos de execução integralmente cumpridos.

Sem "derrapagens".

Dizem que essa ponte ainda existe.

Mas no meu sonho, vou a um mapa ver se a vejo, e só encontro uma Ponte 25 de Abril... será a mesma?

Ou não existe na realidade, e foi apenas mais um "acto de propaganda do Estado Fascista e Salazarengo"?

Vivo de sonhar, que o presente me revolta.

Tudo isto é uma grande confusão.

Recebo na Empresa Engenheiros novos, que não sabem escrever português.

"Não é necessário, o computador corrige..."

Dedicaram-se à Matemática, penso eu.

Mas logo me dizem que não percebem nada de Matemática, os Professores também não sabiam ensinar...

Quando acaba este pesadelo?

Começo a recear por ter trazido um filho ao Mundo.

Miséria moral, miséria intelectual, miséria social, o que nos trouxe a Revolução, a nós, que trabalhamos, e nos orgulhamos de nunca ter tido um cartão de um Partido?

Volto ao início.

Nostalgias...

A geração de meus Pais, que com a minha acompanhava a minha Tia ao longo do Cemitério dos Prazeres, soube o que era justiça.

Soube o que era poder ter orgulho em ser Português.

Os Portugueses de hoje, têm a alma corrompida.

Pois se a própria Pátria o foi...

Reclamo o direito de ser Português, Português que trabalha, e que não vive do tráfico de influências, como os políticos "retirados".

Exijo o julgamento dos responsáveis.

Mas eles vão morrendo submersos numa espécie de ouro roubado, na cama dos palácios de mau gosto que mandaram construir.

Parece que vale tudo.

Que vale a pena não ter vergonha.

"Ser um homem de Abril"!

Se eu não acreditasse na eternidade da alma...

Os cravos murcharam.

A festa está prestes a acabar.

Os ladrões sugam o pouco que ainda há.

E o povo, o "Bom Povo Português", patinha na lama do pântano em que a Pátria ficou.

Vêem o Sr. Pinto de Sousa, de nome artístico José Sócrates, aquele que diz ser licenciado, mas que a Ordem dos Engenheiros não pode aceitar, sair do seu mal decorado apartamento de luxo na Rua Castilho? Imaginam o que está por detrás dos casos Freeport, Cova da Beira, e muitos outros que nós se calhar nem imaginamos?

Eu trabalho desde que me licenciei, vivo do meu ordenado.

E tenho honra em dizer que não tenho dinheiro para comprar um Apartamento tão caro.

Não herdei nada...

Nem sou Socialista.

Sou apenas um Português revoltado, com o futuro adiado, com nostalgia de 14 dos meus 48 anos de vida!

E tenho a Graça de ter Fé.

Senão, suicidava-me.

Ou tornava-me num "Homem bomba", que vai dar ao mesmo, e voava picado sobre a AR, em dia de festa da liberdade...

Portugal morreu.

Como a minha Tia, que acompanhei pela ultima vez.

Celebra-se uma espécie de Te Deum pela Pátria.

Mas os Portugueses não podem ir ver.

Não têm força, de tanto correr na lama que os não deixa avançar.

Aproximam-se eleições.

O ambiente de corrupção satura.

A Maçonaria, tem cada vez mais poder.

As pessoas “falam mal” do regime pelos cantos.

Os Partidos políticos, começam a atingir o climax do seu Marketing.

À custa do dinheiro de todos nós (do que ainda sobra, daquele que roubaram).

O Povo diz que está farto.

Que já não aguenta mais.

Mas no dia a seguir às eleições, o Sr. Pinto de Sousa vai aparecer de novo vitorioso a uma janela do Largo do Rato.

Bem sei que a abstenção será a grande vencedora.

Mas a corrupção e o desgoverno vão continuar.

Até quando?

Possivelmente até que alguém se lembre de fazer um Golpe de Estado.

Nesse dia, sairei à Rua.

Mas não serão cravos que levarei na mão...

António de Noronha de Oliveira Martins

Lisboa

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