sábado, 16 de maio de 2009

" ¿ AMÉRICA LATINA ? "

http://web.educastur.princast.es/proyectos/grupotecne/archivos/investiga/123esccom5.gif LA ONU, PRINCIPAL RESPONSABLE DE SU DIFUSIÓN La denominación “América Latina” nació en las logias masónicas del Río de la Plata El debate sobre la forma de referirse globalmente a los países americanos de habla española y portuguesa no es nuevo, y tampoco es inocente ni ideológicamente neutro. Un estudioso argentino ha sacado a la luz datos interesantes sobre la evolución del término Latinoamérica. (ReL) ¿Hispanoamérica, Iberoamérica o Latinoamérica? Aparentemente es sólo una cuestión de nombres, aunque incluso un análisis superficial de quién usa cuál permite desvelar una clara trascendencia ideológica en la elección. En España, por ejemplo, el término Latinoamérica es el empleado casi con exclusividad por los medios de comunicación de la izquierda, y ha terminado por impregnar también a los de la derecha. Es conocido que la aventura francesa en México, con el respaldo de Napoleón III a Maximiliano de Austria para gobernar el denominado Segundo Imperio Mexicano (1863-1867), dio inicio a una campaña sostenida de París para dejar huella cultural en un continente donde apenas la tenía. Y ya entonces comenzó a emplearse la palabra latino para designar una herencia genérica que América Central y del Sur habría recibido de Europa de manera indistinta, menoscabando así el papel histórico de España y Portugal en el continente. Un investigador argentino, Mariano García Barace, ha profundizado más en los orígenes y trayectoria del término América Latina. En su última publicación al respecto (Posición Iberoamericana), sostiene que el concepto Amérique Latine fue acuñado por la masonería francesa y era prácticamente desconocido en Iberoamérica hasta que empezaron a usarlo las logias del Río de la Plata, muy a finales del siglo XIX. “Es una denominación que se nos ha puesto desde fuera y que distorsiona nuestra verdadera identidad”, afirma. Su rastreo de los orígenes de esta “rareza idiomática” le lleva hasta el Congreso Científico Latino Americano celebrado en Buenos Aires en abril de 1898. Pese a la denominación del evento, ninguno de los intervinientes, ni los científicos ni los políticos, lo usaron, en beneficio de los clásicos “Hispanoamérica”, “Iberoamérica”, “Suramérica” o, sencillamente, “América”. Y señala como hecho curioso que el único representante no suramericano, el de México, era un ingeniero italiano residente en Buenos Aires... y hermano de un patriota garibaldino, Ernesto Teodoro Moneta, Premio Nobel de la Paz en 1907. La causa garibaldina fue el mayor vivero de la masonería en Italia durante la batalla por la unidad del país, lograda en 1870. Los estudios de García Barace detectan una influencia mínima del término Latin America (ya en inglés) en los países suramericanos antes de la creación de la ONU. Hasta entonces, lo usaban alguna vez los despachos de la agencia United Press, y casi siempre para referirse a la política exterior de Estados Unidos o a asuntos de la misma ONU. Sólo a partir de 1947 empieza a escucharse a personalidades de países iberoamericanos referirse a su realidad continental como “repúblicas latinoamericanas”, o expresiones similares. Según García Barace, “muy poco pudieron hacer nuestros representantes diplomáticos para defender la identidad cultural de la región ante los funcionarios norteamericanos y británicos que conducían la ONU en sus primeros años”. Luego ya todo sería una bola de nieve, que con tan potente foco de difusión acabó consagrando la palabra incluso en los países que le habían sido tan reticentes. Su uso generalizado por la prensa de Estados Unidos, Reino Unido y Francia acabó imponiendo la denominación a todos los organismos internacionales que afectaran a ese área del planeta, a raíz de la creación de la Comisión Económica para América Latina (CEPAL) de la ONU. Su secretario durante trece años (1950-1963) fue el argentino Raúl Prebisch, “uno de los hombres que más hizo para difundir la denominación Latin America”, según García Barace, y muy vinculado “con los capitales británicos del Río de la Plata”. En 1983 Prebisch se convirtió en un estrecho colaborador del recientemente fallecido presidente argentino Raúl Alfonsín, reconocido miembro de la masonería.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A BATALHA E O CARMO

MOVIMENTO LEGITIMISTA PORTUGUÊS dia, 26 de Abril de 2009, direi que não é vulgar sucederem-se duas datas de sinal tão antagónico e que mutuamente se excluem. De um lado, está a negação; do outro, a afirmação. A primeira fala-nos de destruição; a segunda conforta-nos na exaltação de uma figura que foi guerreiro e que foi santo.

O soldado, o soldado disciplinado e leal, profícuo na paz e combatente tenaz na peleja, esse soldado é um herói e como tal avança no caminho sublime da santidade. Por seu turno, o homem que a Igreja distingue com a auréola de santo, colhe essa rara distinção porque praticou as virtudes teologais em grau heróico.

Deus permita que a graça do canonizado seja o exorcismo contra a possessão diabólica da traição!

O Mosteiro que se levanta por entre o casario da Batalha, é, como todos sabem, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. O triunfo, que ele evoca, entrou nos anais da história militar, mas tem, além disso, um sentido muito mais denso e profundo: é a explosão de um Portugal que mostrava as primícias da sua virilidade e se revelava pronto a cumprir o projecto que Deus quis confiar-lhe.

Quem rubricou estes feitos? Aqueles que se passaram a Ceuta, desceram ao longo da costa de África, tocaram ilhas que os oceanos escondiam, beijaram terras de Vera Cruz e saborearam o fascínio das paragens orientais. São os mesmos, enfim, que tornaram o mundo mais pequeno porque o fizeram mais conhecido, aproximando continentes e, sobretudo, estreitando povos e culturas num amplexo de amor fraterno, da única fraternidade possível que é aquela que se dá à luz do Evangelho e da fé de Cristo.

Estes gigantes são o fuste de uma coluna majestosa. A base desta coluna é o Infante de Sagres, esse príncipe que Camões não pôs fora da «ínclita geração» (1), nem eliminou do número dos «altos infantes» (2), aquele cuja mãe Fernando Pessoa sagrou com o nome de «humano ventre do Império» (3), um seio que intrigava o poeta da Mensagem, a ponto de este perguntar que enigma nele havia "que só génios concebia". Por fim, essa espantosa coluna, da qual já aludi à base e ao fuste, tem o capitel em D. João II.

A filosofia de vida deste Rei encaixa-se, certeiramente, na sua divisa "pela lei e pela grei". Mentalidade e lema interpenetram-se com tanta espontaneidade que o reflexo fiel dessa equação de forças é-nos dado pelo emblema do pelicano. Jaz este modelo de homem de Estado, sob as arcadas góticas do histórico monumento, ao qual Mestre Afonso Domingues emprestou, de modo indelével, a centelha luminosa do seu talento.

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória é, pois, verdadeiro relicário de glórias nacionais --- quando gravou na sua pedra o prodígio de Aljubarrota, logo perpetuou o nome e a figura do Condestável de D.João I.

Nun'Álvares, aquele que se pode chamar de pai da Pátria porque foi quem, na tarde de 14 de Agosto de 1385, a golpes de montante, abriu o sulco onde o tronco de Avis deitou raízes para, rico da mais abundante seiva, imediatamente florir e rebentar em frutos de uma epopeia inédita, esse indómito paladino, cumprida a sua missão temporal, largou o fausto magnífico do século para se sumir na apagada humildade do claustro. O vencedor de tantos recontros bélicos, sofreando o ardor do campeão debaixo do hábito grosseiro do monge, foi continuar o que sempre fizera: viver o amor de Deus nosso Pai, doando-se ao próximo na pobreza, como já se lhe entregara no auge dos triunfos militares! O culto prestado ao Senhor dos Exércitos, quando as armas lhe sorriam, passou a manifestar-se no socorro aos necessitados, repartindo tudo por todos. Assim se formou, segundo Oliveira Martins, o "exemplar mais belo da aliança do heroísmo e da santidade" (5). E a história atou um laço indefectível, que une a sonoridade artística da Batalha ao místico silêncio do convento que está no coração de Lisboa, e que recolheu o último suspiro do seu fundador.

Este venerando convento, o Convento do Carmo, devia ser, por conseguinte, lugar de romagem e de peregrinação patriótica. Infelizmente, conspurcaram-no: foi enlameado no dia 25 de Abril de 1974, na hora sombria em que a pusilanimidade de um governante céptico e tíbio deixou escorregar, das mãos duvidosas, a vara de um mando já vacilante. E é também profanado de cada vez que desperta a memória da vilania cometida.

Os fumos dessa traição encobrem a certeza de um quotidiano de demissão progressiva. Todo este quadro, que é um quadro de dor e de miséria, é igualmente um quadro de vergonha, de uma vergonha moral não só para os seus autores, mas também para todos os que nele consentimos. Antes de pedir contas aos culpados, que o foram por acção, temos de redimir-nos do nosso pecado por omissão. E essa redenção passa necessariamente pela recuperação da dignidade nacional.

Se esta é obra que a todos compete realizar, há uma geração que tem obrigação acrescida de lhe pôr remate. É a geração purificada nas aras de um sacrifício puro, em que se defendiam valores indiscutíveis, mas ao qual a felonia de uns tantos, adivinhando Portugal a um passo do sucesso, embora impotente para lhe roubar a honra, atreveu-se e conseguiu transformar esse esforço numa campanha inglória.

Os homens dessa geração mergulharam no crisol de uma luta em que experimentaram a prisão, sofreram o exílio, se chocaram com contrariedades, arrostaram e arrostam com a indiferença, a incompreensão e o escárnio, sentiram e sentem ainda a dureza da sorte adversa, tudo isto por quererem pagar o preço de continuar a ser portugueses.

Esta geração ostenta o singular privilégio de ter sido chamada a formar a geração do resgate, se não quiser arrastar o peso de ser recordada como a geração do opróbrio, a geração que se deixou bater por aqueles que, para serem outros tantos Coriolanos, só lhes falta o fulgor do génio.

A Pátria convoca os seus melhores filhos à revolta justiceira. Não cerremos os ouvidos ao seu angustiado apelo. E ao Carmo da derrota e da desonra, oponhamos Aljubarrota, uma Aljubarrota mais exigente porque será a Aljubarrota do espírito, entendido o espírito na acepção paulina de alma e corpo em estado de graça, ou seja, neste caso, de pensamento ortodoxo e acção condizente não já de Portugal contra o estrangeiro, mas sim de PORTUGAL contra o ANTIPORTUGAL porque é interno o inimigo principal!

Condestável de Portugal, sagra com a tua espada de cavaleiro o futuro capitão da nova Aljubarrota e protege-o na luta com a tua bênção de santo!

Joaquim Maria Cymbron

________________________________________________

  1. Os Lusíadas, IV, 50, v.8.
  2. Ib.
  3. Mensagem.
  4. Ib.
  5. A Vida de Nun'Álvares, 8.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1968, p.314.

JMC