quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Para quê lutar contra a Globalização?





Em minha opinião não adianta procurar madeira num barco arrombado; isto é, é todo o modelo de mercado capitalista-liberal que não tem solução... e é na primeira expressão desse modelo que residirá o seu ponto crítico de falência: o comércio livre e o câmbio livre.

É a partir desse ponto que começou a construção idealista da economia e da instituição política do liberalismo, como implementação do ideário revolucionário, particularmente o da "Primavera dos Povos" de 1848. Então, para derrubar fronteiras hoje consideradas intra-nacionais como na Alemanha e na Itália. A primeira fase da unificação do Império Alemão foi a união aduaneira, o zollverein.

Impor o livre comércio tem precedência e gera eficácia para fases posteriores de unificação política. Por isso se começou na Europa por constituir a Comunidade Económica Europeia (CEE), baseada em experiências de alcance mais limitado como a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Em todos os casos a meta final é atingir a total integração política, por forma a que legislação alheia ao mercado, com origem em produção ideológica, cultural ou tradicional não condicionam ou tolham o mesmo mercado. Se no século XIX, essa integração mais limitada tinha de recorrer ao nacionalismo nascido da revolução para sua aceitação política, no século XXI julgaram os líderes políticos da Europa desnecessária qualquer justificação política: a coisa seria aceite como um fenómeno da omnipotente globalização, cujo curso inexorável nada nem ninguém poderá deter...

Nada... que não a própria globalização. Porque é um colosso com pés de barro. E os pés são a base da sua estrutura: o comércio livre. Por muito que se idealize um mercado todo-poderoso, ele será sempre operado por homens e mulheres. Homens e mulheres que, por muito que se tente massificar e homogeneizar, serão sempre diferentes. Homens e mulheres que nunca circularão pela orbe com a facilidade e rapidez com que circulam as divisas, as mercadorias e as tecnologias. Homens e mulheres que como seres gregários, necessitam de se fixar integrar culturalmente, a nível local, para coexistir. Homens e mulheres que não abdicarão de fazer governar o seu presente e o seu futuro, pelo menos em alguma parte, de acordo com as premissas sociais, culturais e até naturais da sua terra.

Fatalmente terá que se chegar à conclusão em Portugal e em Espanha que não é possível concorrer em mercado dito "livre" com uma China que conta um bilião de habitantes, incontáveis recursos mas, sobretudo, uma cultura e uma regulação legal de todos os aspectos da vida social completamente diferente. Será possível competir com um país que não tem feriados nem concede férias (ou não respeita esses direitos), que produz com recurso a mão-de-obra forçada de prisioneiros e crianças, para quem o domingo não é dia de descanso (e mesmo aqui...), que não quer saber de qualquer tipo de limitação à poluição e preservação dos recursos, etc, etc, etc? CLARO QUE NÃO!

Terá que se chegar a esta conclusão porque a estrutura económica que gera a esmagadora maioria do emprego não são os grandes grupos económicos que lucram com a abertura do mercado à concorrência chinesa (entre outras). Tampouco essa estrutura, em muitos casos, produz ou presta serviços transaccionáveis internacionalmente... essa estrutura é constituída pelas pequenas empresas, pelos pequenos negócios, precisamente pelas unidades produtivas que mais perdem com a concorrência de países ou regiões que não se regem pelos mesmos valores culturais, no que ao trabalho e à produção se aplicam.

Será a enxorrada de desempregados do liberalismo que o porão em causa porque não haverá recursos suficientes para tittytain them; será a globalização que destronará a globalização. O que se seguirá? Pfff... não percam os próximos capítulos...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A têmpera dos Bragança... ONDE SE PERDEU?

A têmpera dos Bragança... ONDE SE PERDEU?


 S.M.F. El-Rei D. Miguel I (N.26/10/1802 - M.14/11/1866)

"Plebeu nos modos, violento e bronco no espírito, fanático e valente, o infante democratizava a monarquia, e o seu povo adorava-o. Era corpulento e trigueiro, queimado pelo sol, e tinha uns grandes olhos negros peninsulares sobre a face rapada e sanguínea. Vestia-se à picadora, com um casaco de baetão verde, calção preto, botas altas de cava, com tacões de prateleira e esporas de prata. Usava um boné azul, de prato largo, com viseira. Tinha inclinações grosseiras e rústicas. Ensinava a lavrar os moços do campo: tomava a rabiça do arado, chicoteava as mulas, e sulcava fundo a terra mais dura. Sufocava um forte cavalo de Alter, puxando-lhe a ponta da cilha com os dentes. Levantava com a boca um saco de trigo de seis alqueires, e punha-o ao ombro com uma só mão. Galopava à desfilada com o José Veríssimo e o Sedvem, de Queluz a Lisboa, trazendo a vara entalada contra a sela, sob a perna. Os soldados de cavalaria da escolta nunca podiam acompanhá-lo; ficavam para trás. Preferindo as touradas, os cavalos, a caça, as estrebarias, os arrieiros, os picadores, os frades bem grosseiros, as raparigas saloias de Queluz, tisnadas pelo sol e cheirando a erva, aos moles requintes do paço, aos entretenimentos da corte, ao luxo arrebicado e às damas e meninas preciosas da aristocracia - D. Miguel era o demagogo de antigas idades, perdido no meio de um século inimigo. Formado com todas as violências da alma portuguesa, inspirado pelo génio italiano da mãe, era o personagem destinado a imprimir a esta nação do extremo ocidente uma fisionomia semelhante ao Nápoles da outra península mediterrânea, tornando iguais, no fim, duas nações que, quase a par, tinham descido a estrada de uma decomposição fetidamente florida.
D. Miguel em pessoa foi o alguazil da abrilada: ia às casas arrancar os pedreiros-livres ao seio das famílias, perseguia os fugitivos, a cavalo pelas ruas. O moderado Subserra, querido do rei e alma da situação anterior, conseguira embarcar e fugir: o infante largou à desfilada para a barra, para que S. Julião fizesse fogo sobre o paquete inglês. Corria os quartéis, falava às tropas: os pedreiros-livres queriam matar o rei e a família real!"


D. MIGUEL - por Oliveira Martins (da «História de Portugal»)




 D. Maria Teresa de Bragança e Bourbon (N.29/4/1793 M.17/1/1874)

"¿Qué pienso yo con respecto al liberalismo moderno?
2º En cuanto a esto, digo primeramente que es un hecho positivo evidente, que el liberalismo moderno en gran parte se nos impuso por tres potencias aliadas con el Gobierno usurpador de Madrid contra mi amado y difunto esposo Carlos V. Es también un hecho positivo, evidente, que mi Carlos tenía en su favor la inmensa mayoría de la nación, pues sin esto le hubiera sido imposible sostener una lucha tan heroica durante siete años; lucha en la cual, no obstante la Cuádruple Alianza, hubiera triunfado sin la alevosa traición de Maroto; y esa misma inmensa mayoría de la España que sostenía a Carlos V durante la guerra civil, se mantiene firme en sus principios, siendo muy pocos los que concluida la guerra hayan abrazado las ideas liberales; y al contrario, siendo ya muchísimos los que entonces liberales, ahora están enteramente desengañados, y en el fondo de sus corazones piensan como nosotros.
De donde se sigue que los liberales en España son una pequeñísima minoría; pero minoría armada que subyuga al Reino por el derecho de la fuerza.
No es menos positivo que el liberalismo español se mostró enemigo de la Religión Católica, ya despojándola enteramente de sus bienes, ya persiguiéndola desde el principio hasta el día de hoy en sus ministros, en sus instituciones, en su doctrina, y esparciendo por medio de sus secuaces toda especie de calumnias, toda suerte de libros contrarios a la fe y a la moral, propagando por medio de la enseñanza doctrinas falsas, y sirviéndose en fin, de mil medios para borrar, si le fuese posible, la fe católica del corazón de los españoles. Pedirme pruebas de esto sería como querer demostrar que el sol resplandece al medio día.
Nadie puede negar tampoco que el liberalismo desciende en línea recta de los réprobos principios de Lutero; que trae su origen inmediato de los malhadados principios de la Revolución francesa, que causó en la Francia misma y en toda la Europa los mayores desastres que vieron los siglos. Por lo cual se entiende que es imposible que el liberalismo, que es puro protestantismo aplicado a la política, pueda dar en ésta mejores frutos que no ha dado éste en Religión. En efecto, el liberalismo español ha destruido mucho, pero aún no ha edificado nada; ha hecho y deshecho, ha formado y reformado ya seis o siete constituciones, y aún no se sabe cual rige, o si rige propiamente alguna. Ha hecho y deshecho leyes sin número y en todos los ramos de la administración, y si algo hay que se observe son los restos de las leyes antiguas.
Ha prometido libertad de imprenta, y jamás la hubo; ha prometido libertades civiles, y existe de hecho una centralización que es el mayor de los despotismos; ha hecho mil promesas de felicidad a los pueblos y en pocos años cuadruplicó sus contribuciones, sacó millares de millones de la venta de los bienes de la Iglesia y de la desamortización general con el pretexto de pagar deudas del Estado, y éstas se aumentaron de una manera escandalosa. Además, uno de los bienes supremos de la nación es la unión, y el liberalismo la dividió en cien bandos, que con el ojo puesto en el presupuesto se disputan el Poder. Esta división y egoísmo hubieran traído ya nuestra ruina, nuestra esclavitud y dependencia, si Dios, por su infinita misericordia, y los monárquicos por su fidelidad y constancia, no hubieran conservado la gran mayoría de la nación unida con los principios de la fe católica y de la monarquía. Es no obstante, el liberalismo español ha estado y está aún supeditado en gran parte a la voluntad de dos naciones extranjeras, como lo han probado hasta la evidencia los acontecimientos de la fuera de África y de la expedición mejicana. Niegue el liberalismo todos estos y otros hechos positivos y palpables que sería largo referir, y si no puede negarlos, confiese que debe ser malo por esencia un árbol que produce tan malos frutos. Por consiguiente el liberalismo está juzgado y condenado por sus obras. Por lo cual es moralmente imposible que haya español alguno de criterio y de buena fe que pueda absorberlo."


Carta de la Princesa de Beira a los Españoles



 
 D. Maria das Neves de Bragança e Bourbon (N.5/8/1852 M.15/2/1941)

"En su juventud se integró en círculos cortesanos alemanes y austriacos. Se casó en el castillo de Heubach, el 26 de abril de 1871, con Alfonso Carlos de Borbón y Austria-Este (1849-1936), pretendiente carlista, hermano de Carlos VII y tío del Rey Don Jaime. Al suceder a éste, inesperadamente, en 1931, tomó el título de Alfonso Carlos I. Había nacido en Londres, en 1849.
Tras la boda, el matrimonio se instaló en la isla de Malta. Pero por poco tiempo, pues en 1872 Alfonso Carlos fue llamado por su hermano para organizar las operaciones militares en zonas de Cataluña y Navarra. María de las Nieves se trasladó con su marido a Cataluña, donde éste se puso al mando de las tropas carlistas de la región oriental. Con él intervino en las batallas desarrolladas durante la III Guerra Carlista (1872-1876) en el sur de Aragón, Cuenca[8] y Guadalajara. Era conocida en el ejército carlista como 'Doña Blanca'. Se encargaba de asuntos de intendencia y portadora de mensajes entre el alto mando carlista. Los carlistas perdieron la guerra y María de las Nieves y su marido fueron acusados de delitos comunes y reclamados internacionalmente, por lo que tuvieron que fijar su residencia en Graz (Austria). 
María de las Nieves hizo varios viajes de incógnito por España, en 1889, 1890, 1892 y 1894.[9] Ello pese al peligro de ser descubierta y encarcelada por su participación activa en el movimiento carlista. Su curiosidad humanística le llevó también a iniciar continuos viajes por todo el mundo junto a su esposo, hasta el comienzo de la Primera Guerra Mundial, tiempo durante el cual se instaló en Viena, puso en funcionamiento y dirigió personalmente un centro hospitalario destinado a recibir donaciones de sangre para los soldados heridos en la contienda internacional. Tras la guerra volvió a realizar largos viajes. Con la llegada al poder en España de Miguel Primo de Rivera (13 de septiembre de 1923), ella y su esposo, el duque de San Jaime, pudieron permanecer oficialmente en España. Vivieron en Madrid, Mallorca y Sevilla. La proclamación de la II República (1931) significó otro nuevo éxodo a Viena, mientras que, después de la muerte de Jaime [III], su marido Alfonso Carlos[10] ocupó el primer puesto en la línea sucesoria de los legitimistas con casi ochenta años de edad, sin hijos, hasta su fallecimiento en 1936. Fue a partir de la 1931 cuando María de las Nieves comenzó a redactar para su publicación el libro Mis memorias sobre nuestra campaña en Cataluña en 1872 y 1873 y en el Centro en 1874 (Madrid: Espasa Calpe, 1934), una autobiografía en la que aparece como mujer de profunda religiosidad unida a la causa carlista, a la ved que preocupada por temas domésticos."

http://www.pegalajar.org/articulos/maria_de_las_nieves_de_braganza.htm 



D. Maria Adelaide de Bragança  (N.31/1/1912)
 
"A infanta Maria Adelaide, neta do rei D. Miguel I (exilado na Europa desde 1834 pelos liberais), tinha nascido em França mas vivia na Áustria onde trabalhava como enfermeira. Era uma jovem destemida e tinha um hábito perigoso: assim que ouvia as sirenes de aviso de novo bombardeamento aliado, subia ao sótão de casa para ver onde estavam a cair as bombas. Depois, esperava que os aviões dispersassem, pegava num candeeiro a petróleo e corria em auxílio dos feridos que se amontoavam nos escombros. Numa dessas incursões nocturnas por Viena incendiada, a infanta acabou a noite auxiliando um jovem estudante de Medicina numa tenda da Cruz Vermelha. Chamava-se Nicolaas van Uden e foi amor à primeira vista."

http://dn.sapo.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=1256550
 
"Cresceu de frente para um mundo em convulsão e durante a ocupação nazi, ainda em Viena, onde como enfermeira se juntara à resistência e acudia os feridos entre os bombardiamentos, foi presa e sentenciada à morte pela Gestapo, vindo a ser libertada por intervenção de Salazar, que acumulava a Presidência do Conselho de Ministros com os Negócios Estrangeiros."

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEfgrPjTZHUQm55GTzyGapRo_UaX4ggG6NYIDDE8846xH5wl-tiqHRhCzvZTWLzMjIpOztYAheDaYlFZwHUT4FTTUthDFlTPanxBmsfAipzQix1FKSeqrzqLQI4TJCzCSx4i7RUzYhHs8/s1600-h/Entrevista+Infanta+D.Adelaide.JPG