Da terra quente,
Do mar bramante,
Salta à vista, desarmante,
A bravia mas apaixonante
Mulher que é Espanha, a Valente!
Olhos de fogo, jade luzente
Que cegam o ímpio e guiam o crente!
Mais lindos não vi. E sou errante!
Luso do Mundo! E teu amante…
Escondido no Poente.
Orgulhosa e desafiante,
De altivo semblante
Não se dá a toda a gente!
É casta mas insinuante,
E faz do Luso um padecente…
Por seu amor, inconstante!
Às vezes gelado, outras fervente!
Dominador e ameaçante!
É paixão forte e desconcertante
De ternura e fúria dissolvente!
Mas não se pode negar o que sente
O coração! Não se lhe mente!
Um dia casarão! Mesmo distante,
Casarão! O Luso e a sua Amante…
…E Deus ficará contente!