* Poesia feita na minha estância em Coimbra.
Atingir um sonho irresistível,
Que chega como a luz à janela,
Que traz o amanhecer todo,
Coroando sinais de natureza,
Atingir o fogo espancado,
Na ponte do rio da saudade,
Achando só eu, como sei,
Nostalgia dura, conforto, verdade,
Atingir uma raiz aportuguesada,
No silencio da legião de ideias,
Atingir a pátria vizinha e irmã,
Sem ser minha pátria, nao é alheia !
Atingir a real liberdade,
Atingir o saber da tradição,
Atingir os caminhos do mar,
Fugindo numa limpa sensação,
Atingir as fortes escadas da vida,
Ainda no dia mais cinzento,
Atingir o calor da luta,
Em seu mais doce momento,
Atingir o verbo mais quente,
Na hora que está a precisar,
Atingir a ajuda para quem sofre,
Atingir o sorriso de Portugal,
Atingir a justiça num machado,
Que porte um sentimento bem fadista,
Atingir o fresco da cerveja,
Numa boa noite miguelista !
Atingir, atingir...Tantas, quantas coisas !
Nesta vida de aguardente afogado,
Em baixo do sol dos perigos,
Que resiste a ser enforcado.
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